segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Reflexões sociológicas 2

Como anda a desigualdade?






Segundo os dados do IBGE, 24% da população brasileira sobrevive com até 1 salário mínimo, 21% de um a dois, 8% de dois a três, todos de 10 anos ou mais, no ano de 2007. E somente 1% da população possui renda superior a 20 salários mínimos.



O que se observa na sociedade brasileira que ainda existem grandes diferenças sociais, mesmo com tantos discursos de governantes e partidos políticos sobre as políticas econômicas e sociais aplicadas nas duas últimas décadas. Há grandes desafios a serem encarados nos próximos anos, para que tenhamos maior distribuição de renda, melhor acesso ao emprego, moradia digna, educação de qualidade, saúde universalizada, políticas de igualdade racial, inserção da mulher e tranquilidade previdenciária aos idosos.



O Brasil vem de um passado colonialista, quando a exploração econômica fez parte da administração desse imenso território. De la pra cá, as políticas imperialistas colocaram uma parte do globo na situação de submissão ao capital econômico, as regras quase sempre desumanas do mercado e a inexistência do estado do bem estar social. As enormes dívidas adquiridas junto aos órgãos internacionais como FMI e Banco Mundial colocaram e colocam muitos países longe de amenizar o fosso social existente. As elites historicamente desfrutaram de benefícios estatais e as camadas mais pobres amargam nas periferias, favelas, cortiços ou até mesmo na rua.



No âmbito das reformas estruturais, pouco se viu no Brasil: reformas agrária e agrícola, salário compatível com as necessidades de subsistência. Tudo isso ignorado pela classe política. O racionalismo de Weber se aplica. O representantes da chamada democracia prefere se aliar aos grandes capitalistas que financiam suas campanhas, manipulando os meios de comunicação, com permissão clara do sistema eleitoral. Será possível o progresso humano? A a medida que o estado está do lado das camadas mais altas da hierarquia social, a tendência será o aumento ainda mais da concentração de renda.



Ser brasileiro requer desafios grandes. A inserção ao mundo do trabalho, a luta por melhores salários e condições de vida. Não se pode estar alienado, pois se torna necessário perceber as mazelas sociais e situações de não-cidadania. Não crendo que a mobilidade social será conquistada com a ampliação do consumo subsidiado pelo crédito. Devemos criar condições para melhoria urgente da educação ou então o sistema estará mais pronto, com todas as suas engrenagens, permitindo a transformação de indivíduos em seres passivos e necessários para a acumulação de riqueza, mas esta, como se sabe, não será partilhada. Cabe neste momento, acreditar que como agentes históricos podemos promover a transformação através da luta pela dignidade humana. Ainda não podemos comemorar a sonhada ascensão social.

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